Há um lugar estreito entre as frestas do meu peito que me arrancam
um medo profundo de verberação. há dias como estes que não há
sede, em que nem a presença de um saudoso amigo ou uma volta no paraíso atenuariam a brisa do coração. Dias como estes me causam
espanto, cegueira, aperto, soluços...como se um tropeço escurecesse
minha visão.
Tem muito pouco a ver com solidão, cegueira espiritual, falta de
inclinação. Meu ócio é por uma causa conjunta, como se fosse uma
casa suja, uma imagem vulta, um piso em que não se pode pisar.
Preciso é de veleidade, volubilidade mas na verdade só é medo de fraquejar de despistar. Me mandam ler, me falam de budismo, Lispector, niilismo e só enxergo introspecção, algo lá na frente
como uma espécie de respiração e pra chegar lá preciso entender
melhor sobre negação.
De repente passo a ver que todos tem medo também, que os normais são
como heróis, que o tempo é um baú com um candelabro ao lado, aceso,
esgotando-se em horas que se vão como vela na noite. Nessa hora
penso que é melhor correr para janela pois são dias em que faltou
luz e que se enxerga o baú parado no canto de nossa sala, e o que
nos resta é correr para mirar fora a explosão de sentidos que a
atração das estrelas nos traz , carregando consigo um pouco a
respeito do eu, talvez o único momento revelador na navegaria de
existir, daí voltamos a nos apaixonar de novo por nós.
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