sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Contaria sobre as vezes que...



Há um lugar estreito entre as frestas do meu peito que me arrancam um medo profundo de verberação. há dias como estes que não há sede, em que nem a presença de um saudoso amigo ou uma volta no paraíso atenuariam a brisa do coração. Dias como estes me causam espanto, cegueira, aperto, soluços...como se um tropeço escurecesse minha visão.
Tem muito pouco a ver com solidão, cegueira espiritual, falta de inclinação. Meu ócio é por uma causa conjunta, como se fosse uma casa suja, uma imagem vulta, um piso em que não se pode pisar. Preciso é de veleidade, volubilidade mas na verdade só é medo de fraquejar de despistar. Me mandam ler, me falam de budismo, Lispector, niilismo e só enxergo introspecção, algo lá na frente como uma espécie de respiração e pra chegar lá preciso entender melhor sobre negação. 
  De repente passo a ver que todos tem medo também, que os normais são como heróis, que o tempo é um baú com um candelabro ao lado, aceso, esgotando-se em horas que se vão como vela na noite. Nessa hora penso que é melhor correr para janela pois são dias em que faltou luz e que se enxerga o baú parado no canto de nossa sala, e o que nos resta é correr para mirar fora a explosão de sentidos que a atração das estrelas nos traz , carregando consigo um pouco a respeito do eu, talvez o único momento revelador na navegaria de existir, daí voltamos a nos apaixonar de novo por nós.





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